sexta-feira, 21 de outubro de 2011

São com os olhos turvos de ódio que levanto-me todo dia, e sigo a vida. Guardo dentro de mim todos os pensamentos ruins.
Sorrio gentilmente a todos, não cobro nada de ninguém.
Apenas sorrio...
É quando o grito preso na garganta assume o poder, e a vontade de sentir o gosto enferrujado de sangue nos lábios toma conta. Carnificina.
Não é preciso ter uma causa, eu conheço minhas razões.
Não tente me entender, não me leia, não me ouça. Me esqueça.
Como eu gostaria de ser esquecida... de ter o passado apagado.
Por que as pessoas gostam tanto de comentar sobre a vida alheia?
São tão patéticos...
Devem ter vidas tão simplórias e banais, que vivem a do semelhante.
Não importa. Hoje eu só quero esquecer os pesadelos da noite passada, esquecer minha existência usada, pisoteada por medíocres que se acham superiores a mim. Entrar em outra dimensão onde tudo é vermelho, e meus olhos são negros e não azuis.
Beber para esquecer é o que os fracos fazem. Mas eu sou fraca, fracassada e desmotivada, e por isso não me importo mais. Nem com opiniões, nem com feridas abertas e expostas aos vermes que devoram a pele lentamente.
Sem amigos, sem família, sem emoção.
E o pior é perder o que nunca teve... o lume falso do ouro de tolo, mais uma vez... mais uma vez.