sexta-feira, 29 de junho de 2012

Canto para a minha morte

Quando abri as janelas e vi os pássaros cantando lá fora, desejei a morte deles, de todos eles. Deveriam padecer por estarem tão alegres. E o canto notório se torna mordaz aos meus ouvidos cansados. Cansados de ouvir mentiras, cansados de ouvir a mesma música sem nexo. Saudades da indulgencia infantil que não existe mais. Cotidiano grotesco e prolixo. Exasperante o canto dos pássaros. Parecem mais um lamento. Há muitos pássaros na minha janela, Há muitos pássaros na minha estante, Não gosto do som dos pássaros, porque por um instante, Eu sinto inveja do seu voo apaixonante. Quem dera eu pudesse voar, Quem dera eu pudesse cantar. Quem dera eu ser alguém melhor. Mas por enquanto, desejo a morte dos pássaros, por mais fúnebre que esse pensamento seja...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Eu me pego a olhar o céu de açúcar... Quando quero lembrar-me de ti. Eu me vejo a sonhar com os seus olhos, Que eu nunca pude ver. Eu queria te levar pela mão, Atravessar a escuridão. Eu queria lhe sussurrar, Que é contigo que eu quero estar. Venha me encontrar, Deric, Estou a te esperar. Venha me salvar, Não sei até quando irei suportar.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Fique longe de mim! arrancarei seu fígado com um só golpe! Mastigarei seu coração, beberei seu sangue em um só gole! arrancarei seus olhos para que não me olhes com seu semblante desaprovador. Arrancarei sua língua para que fiques quieto.
Esmagarei seus dedos para que não os aponte para mim. Quebrarei suas pernas para que não fujas de mim em meus sonhos. Mas eu gosto de você, querido. Gosto sim. Só quero você fique perto de mim. Nem que seja aos pedaços... ♥
Ainda posso sentir o gosto amargo do vinho da noite passada. Mas claro, você não sabe por quantas garrafas eu andei ontem a noite. Você me julga, me ignora, esfola meus sentimentos, mas não sabe nada sobre mim. Não sabe nem a cor dos meus olhos. Mas eu lembro da cor dos seus, nitidamente.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A lembrança vai ir ficando fraca, vai fragmentando-se até extinguir-se. A dor será trocada por torpor. Mas ainda lá no fundo. Lá no final das gavetas assombradas do meu pensamento, eu posso o encontrar.
Seu gosto de filtro vermelho. As cervejas no sofá. A raiva por saber que você não está aqui, nunca esteve, nunca vai estar. Enquanto isso eu me afogo em um mar de lembranças que nem vividas foram... Mas eu vou me recuperar...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Você não sabe de nada...

Não importa se falam mal de mim.
Palavras não me tocam.
Sempre fui assim.
Não mudo por nada, por ninguém.

Se eu cheiro como um cinzeiro.
Se eu tenho pouco dinheiro.
Se eu falo palavrão.
Ninguém paga minhas contas (infelizmente, não)

Não gostam do que eu falo,
Do que escrevo, do que visto.
Não quer me ouvir cantando?
Tape os ouvidos!

Não posso agradar a todos;
Fique comigo, seja meu amigo, ou se vá.
Má reputação, mas tenho coração.
Um dia me verá na rua, e pensará no que perdeu.
(ou não...)

terça-feira, 3 de abril de 2012

Não sirvo para casar...

As meninas certas são aquelas que escolhem os caras pelo carro que tem, pelos bens materiais que tem. Gostam de falar de cabelo, salão, vida alheia e BBB.
Essas são as boas, são para casar.
Elas choram se quebram a unha, choram se o cara grita, choram e choram e são cheias de mimimi.
Elas pegam no pé deles, não deixam eles jogarem bola, ter amigos e coisas do tipo. Confundem “proteção” com prisão”.
As meninas boas e certas não bebem, não fumam e não fazem nada errado.
Elas têm medo de engordar. Tem medo de estragar o cabelo. Tem medo de tudo.
Mas sabem? Elas são as meninas boas.


Chego a conclusão que não sou boa. Não sou certa. Não sou para casar.
Eu não escolho ninguém pelo maldito carro do ano que tem, (prefiro carros antigos e prefiro falar deles, ter um deles.) Não me importo com seu dinheiro, com sua casa, com nada disso. Tudo acaba sabia?
Eu bebo mesmo, eu fumo também, eu sou de verdade, de carne e osso. Não espere mimimi’s de mim, não espere que eu lhe prenda. Não tente me prender nem me manipular.
Não vou mudar por ninguém, não posso esconder minha personalidade.
Eu não sou uma boa menina, eu não sirvo para casar. Seus pais me detestarão.
Eu sei, tudo bem, eu sei. Meninas que gostam de Opalas e bebem cerveja no café assustam os meninos.